quinta-feira, 23 de julho de 2009

O meu elogio à loucura de "Papai Doidão"

Começarei dizendo sobre um livro que eu li há alguns anos atrás, o ensaio Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. No livro, ela, a Loucura, apela para que os homens se libertem dos valores tradicionalistas, morais e cristãos e que se retorne urgentemente à natureza humana, ao ludismo e hedonismo mais puro. Pois então, é exatamente à isso que me remete a estória e os personagens de "Papai Doidão".

Como acabou de postar o nosso diretor Alexandre Lydia, o representante lúdico, o barqueiro alucinado disso tudo, o personagem Niu, o Papai Doidão é um ícone de enaltecimento à liberdade, à autenticidade, à falta de rigidez.

Agora, quero fazer o meu Elogio à Loucura de "Papai Doidão" (o filme) e tudo o que foi e é esse projeto para todos nós.

Para mim o longa "Papai Doidão" foi/é uma grande brincadeira de gente grande. Mas é somente para aqueles que têm a coragem de arriscar uma brincadeira séria como essa, de arriscar a realizar tudo assim, na raça, na vontade de se divertir, de criar junto, de contribuir de alguma forma para que esse filho nasça e nasça lindo e para participar desse time tinha que ser meio louco e, principalmente, não se envergonhar disso, ser assumido, e para aqueles que não haviam saído do armário ainda, tiveram o seu batismo nesse longa. Afinal de contas, fazer um longa metragem sem grana não é pra qualquer um. Tem que ter uma dose a mais loucura e coragem e uma boa dose de amor.

E como foi divertido e como foi renovador.

Embarcamos juntos nesse sonho, Alexandre. Parabéns à você por isso, parabéns ao filme e parabéns a todos nós.

Aguardamos ansionsíssimos pela estréia!



E eu digo um não à todo tipo castração e um sim à Papai Doidão!

Um comentário:

  1. Boa, Paloma.
    Muito bem observado.
    Confesso que esperava me divertir bem mais nas filmagens. Talvez na edição e em todo o processo da pós isso acabe acontecendo. Mas as filmagens foram pauleira pra mim, que saí da minha cômoda posição de roteirista para o epicentro do furacão. O lado técnico não chegou a assustar pq estava bem assessorado pela Malu, muito mais experiente do que eu. O mais difícil foi mesmo administrar as pressões, que vêm de todos os lados e manter toda a equipe motivada e coesa o tempo inteiro. Relações humanas são complicadas em qualquer lugar, mas quando vc entra numa empreitada como esta, sem grana rolando e com profissionis se desdobrando em mais de uma função ao mesmo tempo, as coisas se complicam.
    Creio não ter me saído de todo mal nesta tarefa pra lá de espinhosa e nem sempre muito gratificante.

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