domingo, 26 de julho de 2009

DISSONÂNCIA COGNITIVA

Há um viés antropológico latente em Papai Doidão, que pode passar despercebido aos menos avisados.
A incursão de Maurício e Patrícia em Alhures, em certo sentido, simula uma abordagem etnográfica, representa o arremedo de um "trabalho de campo" voltado para a investigação da alteridade aparente, resultando inevitavelmente em dissonância cognitiva, como consequência do embate de perspectivas conflitantes, o que, aliás, constitui, por excelência, o tema central da obra.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O meu elogio à loucura de "Papai Doidão"

Começarei dizendo sobre um livro que eu li há alguns anos atrás, o ensaio Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. No livro, ela, a Loucura, apela para que os homens se libertem dos valores tradicionalistas, morais e cristãos e que se retorne urgentemente à natureza humana, ao ludismo e hedonismo mais puro. Pois então, é exatamente à isso que me remete a estória e os personagens de "Papai Doidão".

Como acabou de postar o nosso diretor Alexandre Lydia, o representante lúdico, o barqueiro alucinado disso tudo, o personagem Niu, o Papai Doidão é um ícone de enaltecimento à liberdade, à autenticidade, à falta de rigidez.

Agora, quero fazer o meu Elogio à Loucura de "Papai Doidão" (o filme) e tudo o que foi e é esse projeto para todos nós.

Para mim o longa "Papai Doidão" foi/é uma grande brincadeira de gente grande. Mas é somente para aqueles que têm a coragem de arriscar uma brincadeira séria como essa, de arriscar a realizar tudo assim, na raça, na vontade de se divertir, de criar junto, de contribuir de alguma forma para que esse filho nasça e nasça lindo e para participar desse time tinha que ser meio louco e, principalmente, não se envergonhar disso, ser assumido, e para aqueles que não haviam saído do armário ainda, tiveram o seu batismo nesse longa. Afinal de contas, fazer um longa metragem sem grana não é pra qualquer um. Tem que ter uma dose a mais loucura e coragem e uma boa dose de amor.

E como foi divertido e como foi renovador.

Embarcamos juntos nesse sonho, Alexandre. Parabéns à você por isso, parabéns ao filme e parabéns a todos nós.

Aguardamos ansionsíssimos pela estréia!



E eu digo um não à todo tipo castração e um sim à Papai Doidão!

ODE AO DESEJO

Papai Doidão saiu, afinal do papel e da imaginação do autor e foi, por assim dizer, para a lata.
Papai Doidão, o virtual guru da nova geração, na condição de precursor de um movimento tribal que está destinado a salvar a humanidade da peste do fascismo e o planeta, de uma hecatombe ambiental.
Nada impede, todavia, que Papai Doidão seja visto também como um avatar longínquo de Peter Pan, ao lado de sua (in) fiel companheira, Karla Krishna, versão lasciva da fada sininho.
Papai Doidão, o eterno erê da era de Aquários é o homem capaz de preservar intacta a criança interior, invulnerável à castração simbólica enquanto rito de iniciação á vida adulta. O que equivale à consgração da liberdade como valor civilizatório supremo, a liberdade de cada um ser como é e fazer o que tem vontade, segundo uma perspectiva claramente anarquista.
É assim que, além de plasmar e promover uma exaltação existencialista da liberdade, o filme não deixa de ser, afinal de contas, uma inequívoca e desassombrada ode ao desejo.

Eduardo Tornaghi por Mauro Monteiro

Último dia "Papai Doidão"


Eu e Dri


Dorme, dorme, Bayarzinho...


Aflição!!!!!!


Últimos retoques


Delícia... vai deixar muuuuuitas saudades...


RRRRRRR....


Ontem foi o último dia de gravação.
A locação, Aterro do Flamengo, em frente ao MAM.
A cena foi a chegada da família Doidona no Rio. O elenco presente foi Ricardo Petraglia, Adriana Prado, Cadu Fávero e Flávia Rubim.
Com uma equipe reduzidíssima, estando presente somente o diretor Alexandre Lydia, o Romulo, Marília, Gibson, Bayard e eu, afinal foi gravada somente cenas com um câmera car improvisado pelo Romulo (vide imagens abaixo).

O Romulo usou um grip e extensores de borracha para prender a câmera na janela do carro e muita silver tape para prender um rebatedor feito de isopor e papel prateado na frente do Land Rover do Petra e da Marília que serviu como carro de cena para o longa. Num outro plano mais aberto, onde o carro seria visto de fora, a câmera foi posicionada no carro do Romulo com um tripé baixo, também preso aos extensores, para não desequilibrar com o balanço.

Foi tudo ótimo! As gravações terminaram com a câmera parada no solo, capturando o carro da personagem Patrícia (Adriana Prado) em movimento, passando embaixo da passarela em frente ao MAM.

O dia mesmo terminou com a gravação do som off na casa do Gibson em Copacabana.

Bom, agora esperamos gravações de alguns stock-shots de Alhures e do Rio, entre outras capturas de sons ambientes. E daí, partimos para a edição!

Vai deixar saudades...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Últimas notícias do Papai Doidão!!!! O ator Luis Guilherme que faz o papel de Ariovaldo Canadura ficou detido 2 horas no aeroporto por estar portando uma arma de brinquedo e uma identidade falsa de polícia civil utilizadas em cenas do longa Papai Doidão. hahahaha!!!!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Papai Doidão no Rio


Marília Doidona (Diretora de Produção)




Luiz Guilherme (Cana Dura) e Cadu Fávero (Maurício) atrás.


Roberta Santiago ("A"lucineide) e Ricardo Papai Petraglia Doidão.



Ontem foi a nossa primeira noturna no Rio que irá durar até domingo.

As gravações estão acontecendo no apartamento do Tchello, baixista do Detonautas, que merece também aqui o meu agradecimento em nome do filme, afinal nós invadimos seu espaço com toda a traquitana de câmera, elétrica, produção, figurino... enfim, instalar um set inteiro num apartamento já ocupado é isso mesmo, altera completamente toda a rotina de quem ali mora, mas ele em nenhum momento ficou arrependido por isso, bom, pelo menos não apresentou estar, não até agora. Muito pelo contrário, ele e sua irmã Sílvia, têm sido muito solícitos e até (e é claro!) estão participando das gravações como elenco de apoio.

Ontem estiveram presentes também os atores Mário Gomes, Luiz Guilherme, Ana Paula Tabalipa, Roberta Santiago, Maria Carolina Ribeiro, Roberto Birindelli e Igor Cotrim para fazerem a cena da festa final do filme na casa da Patrícia (Adriana Prado).

só uma pitada...

Para assistir ao teaser do longa "Papai Doidão", visite esse endereço:

http://www.vimeo.com/5617116

sexta-feira, 10 de julho de 2009

GENEALOGIA DO FUTURO

Contra a corrente do atual sistema de captação de recursos ( e decapitação de idéias), Papai Doidão é a prova viva de que haverá cada vez mais espaço para a utopia, o sonho, a embriaguez e o êxtase neste mundo em mutação meteórica.
A genealogia do futuro, ou a arquelogia do inexorável que o longa se desafia a realizar atesta categoricamente o poder visionário do cinema, capaz de espreitar o invisível na dúbia condição de oráculo e demiurgo.
Últimos retoques por Kécya


A cena

O set


O set

Malu, Adriana e Alexandre

quinta-feira, 9 de julho de 2009

PAPAI DOIDÃO É O NOVO DOM QUIXOTE

Mesmo com todo o profissionalismo demonstrado pela equipe, não podemos perder de vista o caráter quixotesco desta empreitada. Trata-se evidentemente do exército de Brancaleone mais eficiente e competente de que já se teve notícia, ao menos por estas plagas.
A propósito Papai Doidão tem muito mais a ver com Dom Quixote do que pode parecer a princípio. Se Dom Quixote queria ressuscitar a cavalaria andante, Papai Doidão age da mesma maneira em relação ao movimento hippie, que hoje em dia é considerado tão ultrapassado quanto as aventuras dos cavaleiros medievais o eram na época de Cervantes.
A pura e simples iniciativa de rodar um longa-metragem sem um tostão de dinheiro público via renúncia fiscal, como queria Zé Rodrix, revela a bem vinda insensatez criativa que move mundos e fundos e engendra maravilhas com miraculosa espontaneidade.
Por isso eu me sinto muito mais como um propiciador deste estado de consciência coletivo imprescindível para a concretização do sonho compartilhado que o cinema representa quando cumpre com êxito seu papel do que como um general do exército ou um comandante de tropa que é como boa parte dos diretores se comporta confundindo uma função técnica e uma vocação artística com o exercício de descabidas fantasias de autoridade e prepotência.
Sou anarquista e abomino toda forma de hierarquia e de opressão, seja coletiva, seja individual.
Esta é a chave para compreender a minha postura zen no set. Sou um artista, um poeta. Não um militar ou, pior ainda, um tirano.
É claro que eu sei que há quem ame os tiranos e sinta falta deles. A psicologia de massas do fascismo é um assunto fascinante e muito atual, apesar das aparências em contrário. A humanidade infantilizada pela sociedade do espetáculo fomenta fenômenos autoritários e despóticos nas instâncias mais insuspeitadas do cotidiano, nas relações familiares e profissionais. É claro que isso acaba repercutindo globalmente, no território da macro-política.

Equipe Papai Doidão



















































Sacha - nosso still
Abraãozinho - nosso eletricista com Alexandre Lydia - nosso diretor

Marcelo Gibson - nosso platô com Marília - nossa diretora de produção
O casal que se formou no filme - Artemis - nossa assistente de figurino e assistente de produção com Wil - som direto
Marcela - nossa garota do boom

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Festa do Papai Doidão


Casa do Papai Doidão



Cenário da festa



A mesa da larica



Maurício (Cadu Fávero) e Karla Krishna (Flávia Rubim)


A estacionada


O autor (repara a cara dele - atrás)



O sinistro

terça-feira, 7 de julho de 2009

Até logo Alhures!!!!!!!

Hoje encerrou a etapa em Santo Antonio. Ufa! Um desafio pra toda equipe esse final de semana, afinal choveu todos dias até ontem, que foi quando São Pedro deu trégua e colaborou para que encerrácemos com chave de ouro numa noturna que durou até às 3h30.

Agora nos resta mais um final de semana no Rio, que será mais tranquilo, pelo menos é o que espero. Mas Santo Antonio deixará saudades, todo o convívio, que nem todo o tempo foi fácil, afinal de contas ficar assim tão junto por 3, 4 dias num mesmo território às vezes deixa a coisa meio tensa, ainda mais com toda a pressa do set acontecer e correr tudo bem.

Anteontem foi lindo também, a chuva começou desanimando o diretor e todos nós que estávamos já na locação esperando e contando que fosse melhorar, abrir o tempo, assim de repente, para que pudéssemos fazer a cena da fogueira do Leleco ainda mais com uma turma que veio do Rio só pra isso. E eu, talvez pela primeira vez, tive certeza (ou não), mas dei a certeza pro Alexandre (o nosso diretor) de que as nuvens se espaçariam e que iríamos realizar aquela noite do jeito como haveria de ser (e foi). Incrivelmente a lua apareceu no céu trazendo a esperança de que tudo o que esperávamos iria acontecer naquela noite. Foi lindo, foi assim mesmo, a chuva cessou e pudemos gravar tudo o que o diretor quis e mais um pouco.

Mais uma vez preciso deixar aqui registrado a minha admiração pelo Romulo que está fazendo um trabalho lindo de fotografia, mas também por todo o elenco maravilhoso. Pela Marília que tem se mostrado uma guerreira de frente desse nosso batalhão e todos dessa equipe que só tem a me orgulhar e me deixar com gosto por fazer parte disso tudo.

Admiro também a Talita, nossa queridíssima assistente de platô e de produção e de tudo; a Artemis, nossa assistente de figurino e de produção e de tudo - a disposição das duas, a boa vontade para aprender, o compromisso delas e a responsabilidade; ao profissionalismo do Wil (não sei se é assim que se escreve, Wil), nosso cara do som direto; a alegria da Marcela, nossa garota do boom; nosso eletricista, o Abraãozinho e seus assistentes, todos queridíssimos também; ao grande Terrinha, a revelação desse filme; a Serena, a Kécya, as meninas do Bayard; o Bayard, ah, o Bayard, figura que faria falta nesse filme; o Vanderlei, nosso contra-regra e assistente de produção e de tudo, sempre solícito; o Marcelo da Kombi, que também é nosso assistente de produção nas horas vagas de transporte; as meninas da cozinha e da limpeza; a Dona Elza e seu temperinho delicioso que deve ter me feito engordar uns 3 quilos; o Gibson que se revelou um excelente Platô, com P maiúsculo; ao Marcinho, nosso cara do making of; ao Sacha, nosso still engrassadíssimo; ao Inácio, nosso assistente de câmera, que mesmo tendo ficado com a gente só no primeiro final de semana, é um querido por mim e pelo Romulo; o Diego, nosso outro assistente de câmera e também acupunturista milagroso que sarou minha dor de dente; o Guilherme, nosso editor, que é um exímio motorista em ladeiras molhadas (rsrs, o making of devia ter capturado esse momento, Guilherme); enfim, admiro o Petraglia, nosso produtor executivo, engraçado e atencioso, embora às vezes um chato de tão preocupado, mas eu entendo que é para que tudo funcione direitinho e se não fosse ele... ah se não fosse ele pra por todos pra frente e dar gás nessa máquina toda; a Malu, nossa queridíssima assistente de direção e finalmente nosso diretor e roteirista Alexandre Lydia, que é muito dedicado, um exemplo pra toda equipe e também o diretor mais calmo que eu já conheci, que advoga sempre pela concórdia e que media pela união de todos.

É isso. Pode ter sido pela arte e por amor em fazer cinema que comecei, mas com certeza, por ter aprendido a amar essas pessoas que venho fazendo com muito mais gosto esse filme.

Paloma Lins
Assistente de Produção

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ricardo Petraglia (Papai Doidão)

Adriana Prado (Patrícia)

Romulo Fritscher (diretor de fotografia)



Os Alhurenses


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ação!!!!!



É uma curtição geral o set de Papai Doidão, no bom sentido obviamente. Senti logo de cara um clima de muita descontração já desde aquele segundo dia de gravação, que foi quando eu cheguei na casa de produção, onde fica concentrada a manutenção e nosso catering.

Cheguei na noite de sexta, após o primeiro dia de gravação, mas só fui me encontrar com todos na madrugada do dia seguinte durante o café da manhã. Pra mim foi uma surpresa encontrar tanta infra-estrutura, já que não contamos com muitos recursos financeiros, mas graças à Marília e ao Dick Petra (Ricardo Petraglia) estava tudo impecável para receber a todos. Foi também muito bom sentir, já nesse primeiro momento, uma sintonia tão boa e também o espírito de equipe, a vontade geral de fazer aquilo. Foi o que pude constatar logo que o set foi montado e que pude interagir melhor com as pessoas entre um "corta!" e um "ação!" do diretor Alexandre Lydia, e entre uma demanda e outra de produção.

As funções não são estanques nesse trabalho, quando é necessário o diretor nos ajuda a carregar as coisas, o cara do making of vira platô, a assistente dele "canta" a claquete, o diretor de fotografia ajuda o eletricista, o assistente de câmera fica no elenco de apoio, se necessário e o chefe de obras da cidade que tem se mostrado um excelente eletricista e maquinista sem nunca ter trabalhado no cinema antes. Enfim, estão todos no espírito de guerrilha mesmo, numa batalha divertida para que tudo corra bem e que o produto final agrade ao público e pelo próprio prazer de fazer cinema, seja como for!

Tudo isso que eu acabei de dizer não significa que somos todos amadores, alguns sim, ainda navegantes de primeiríssima viagem, o que não implica que não tenham um comportamento que não fica nenhum pouco abaixo de qualquer profissional experiente, no que concerne à disposição e o comprometimento. É claro que o "know how" é importante para que os problemas sejam previstos e que sejam facilmente solucionados, mas tudo se resolve de uma maneira criativa e também com a ajuda daqueles que já tenham algo mais a oferecer com a experiência de cinema, como é o caso de alguns membros da equipe de Papai Doidão.

Também é importante frisar aqui a ajuda de tantas pessoas, que se mostraram e se mostram sempre muito dispostas a fazer o possível para nos apoiar, como é o caso da produtora e diretora de produção Mariangela Furtado que nos conseguiu toda a luz na Naimar, as gelatinas, entre tantas outras coisas, bem como o próprio Marcelo da Naimar, ao Edu Pacheco, que por intermédio da Mariangela e da Michelle Thaísa, nos emprestou os rádios para melhorar nossa comunicação, ao Ricardinho (Platô), que vem me ajudando desde ontem a conseguir um gerador para as noturnas de final de semana, aos vizinhos do Petra e da Marília, que nos emprestaram as casas para abrigar o elenco, equipe, para a base de figurino, para a base de produção, aos moradores de Santo Antônio da Serra, ao Nicolau Barbosa, ao Tito Aimeijeiras, meu Mestre, ao seu João (da kombi), com seu carinho e que também pretende de alguma forma colaborar com o longa.

Enfim, esses são os meus breves e primeiros agradecimentos, por enquanto. Pessoas que vem ajudando a esse projeto acontecer da forma como já vem acontecendo. Têm outras pessoas que já fazem participam conosco de Papai Doidão e que sem elas também não seria possível todo esse sonho, que já é de todos nós, se realizar.

Quero aproveitar para dizer como estou orgulhosa do meu querido Romulo Fritscher pela sua fotografia estonteante e toda sua emoção, seu amor pelo cinema que contagia a todos.

É isso! Amanhã parto para Alhures e volto com mais notícias!

Beijos psicodélicos!!!

e... Ação!!!!!

Paloma Lins
Assistente de Produção

terça-feira, 30 de junho de 2009

Estamos entrando na terceira semana de gravação do longa Papai Doidão. Este final de semana partimos para as noturnas. Quatro dias. Inicia dia 2 e vamos até 5 de julho.
Todo o projeto não estaria sendo possível sem a ajuda de inúmeras pessoas e empresas que estão nos apoiando.

Romulo Fritscher
diretor de fotografia